Poema
Ana Pedro,
As nossas lágrimas e os nossos sorrisos
As nossas lágrimas e os nossos sorrisos
Ana Pedro vive na sua morte injusta e prematura
Está presente na sua ausência
E a sua alma, a sua aura de luz
Vejo-a a todo o instante.
Como pode a morte arrancar a vida
Quando a vida ainda bate aqui mesmo na sua ausência
Ultrapassando tudo para fazê-la presente.
Com o nosso amor poderíamos criá-la de novo
Se fossemos deuses, se fossemos o Criador ou a Criadora
Mas somos os invasores e os guardas dos templos sagrados
Ana Pedro sim, um templo sagrado
Uma vida que tropeçou prematuramente na morte
Uma estrela cadente
Com um corpo reduzido a pó
Que ainda respira num lugar tão secreto
Sepultada na vida que respira num lugar
Que não podemos ver.
Ana Pedro corre, brinca, mia
Sem dores sem correntes sem amarras
Solta como o vento brilhando como o sol
Suave como a Primavera
Ana Pedro, queriam as minhas mãos ter-te tocado
Pois quando a vida que deixaste solta no ar entra dentro de mim
E alcança as minhas mãos estas sentem-se tão ignorantes
Não sabem o que é te tocar e ser tocada pelas tuas jovens patinhas
Não sabem como é o teu ronronar
Ana Pedro a tua ausência respira já há vários meses
Nos nossos braços nas nossas mãos nos nossos corações
E ainda assim o teu olhar brilha num horizonte alcançável
Através das mãos do coração
E do amor gravado na sua memória
Ana Pedro, um olhar penetrante
Enchendo-nos de vida, de sensações
Que não podem ser transformadas em palavras
Sensações moldadas pelo ar da alma do eterno
Que não pode ser roubado pelo efémero
Porque a dor a morte são efémeras
A dor e a morte são o tempo que demoramos a reunir-nos
De novo com a vida e contigo
Porque tu Ana Pedro és a Vida.
Ana Pedro, olhar puro
Uma criança felina
Tão única tão rara
Tão viva na sua morte
Tão presente na sua ausência
A transbordar de vida
Ana Pedro, os nossos sorrisos e as nossas lágrimas
Ana Pedro ainda é possível ouvir-te a mover na longa cauda do silêncio
Que a tua morte deixou para trás assim que a tua vida nos disse adeus,
Deixando-nos a desejar que nos fosse devolvida
Deixando-nos a desejar ter-te de volta
Para te vermos a dançar entre os nossos braços
A trepar o nosso peito
Ana Pedro meu amor tão breve
Uma vida levada para o arco-íris
Ana Pedro, eras a luz na luz
O amor no amor
A vida na vida
Agora és a luz na escuridão
A vida na morte
O amor na dor
Poderíamos voar para tão longe
Nas asas da saudade que nos deixaste
Poderíamos ausentar-nos para lugares horrendos
Opostos à tua pureza à tua beleza e à tua força,
Senão fossem as asas da tua vida ainda presente em nós
A abraçar-nos e a fazer-nos regressar para o teu pequeno grande
Coração que bate dentro do nosso.
Querida Ana Pedro Não serás tu um desses anjos da guarda
Nos nossos braços nas nossas mãos nos nossos corações
E ainda assim o teu olhar brilha num horizonte alcançável
Através das mãos do coração
E do amor gravado na sua memória
Ana Pedro, um olhar penetrante
Enchendo-nos de vida, de sensações
Que não podem ser transformadas em palavras
Sensações moldadas pelo ar da alma do eterno
Que não pode ser roubado pelo efémero
Porque a dor a morte são efémeras
A dor e a morte são o tempo que demoramos a reunir-nos
De novo com a vida e contigo
Porque tu Ana Pedro és a Vida.
Ana Pedro, olhar puro
Uma criança felina
Tão única tão rara
Tão viva na sua morte
Tão presente na sua ausência
A transbordar de vida
Ana Pedro, os nossos sorrisos e as nossas lágrimas
Ana Pedro ainda é possível ouvir-te a mover na longa cauda do silêncio
Que a tua morte deixou para trás assim que a tua vida nos disse adeus,
Deixando-nos a desejar que nos fosse devolvida
Deixando-nos a desejar ter-te de volta
Para te vermos a dançar entre os nossos braços
A trepar o nosso peito
Ana Pedro meu amor tão breve
Uma vida levada para o arco-íris
Ana Pedro, eras a luz na luz
O amor no amor
A vida na vida
Agora és a luz na escuridão
A vida na morte
O amor na dor
Poderíamos voar para tão longe
Nas asas da saudade que nos deixaste
Poderíamos ausentar-nos para lugares horrendos
Opostos à tua pureza à tua beleza e à tua força,
Senão fossem as asas da tua vida ainda presente em nós
A abraçar-nos e a fazer-nos regressar para o teu pequeno grande
Coração que bate dentro do nosso.
Querida Ana Pedro Não serás tu um desses anjos da guarda
Com asas transparentes escondidas algures no pêlo
Que nos protegem de muitos perigos
Com um amor real, verdadeiro, inocente e puro,
Um amor que nem a dor nem a morte conseguem arrancar?
Porque tu, Ana Pedro, não consegues infligir dor
Tu só soubeste amar
Tu só sabes amar
Quem inflige a dor é a tua ausência, é a tua morte
Que cria um vazio e um aperto que sangram num lugar
Tão profundo como as raízes do amor que te temos.
Ana Pedro, és uma luz que nos empurra para a superfície
Que nos arranca do inferno da dor
Que apenas nos deixa mergulhar no amor
Empurras-nos para a vida enchendo a morte de vida
Pois as nossas asas ainda não perderam a validade
Destroçadas, ainda assim aprendem a voar em direcção à vida
Mesmo depois de nos termos cruzado com a morte
E és tu quem nos ensina
E é através de ti que descobrimos que o fim é apenas o começo.
Ana Pedro minha paz, minha luz
Uma coragem sem fim, mais infinita que a própria vida
Minha lutadora, agora trepas o desconhecido
Debaixo do arco-íris vivendo no eterno amor na eterna vida
Onde não há ladrões onde ninguém comete erros
Que vão ser pagos com a morte de estrelas inocentes como tu.
És um rosto sem segredos
Para além do segredo da luz
Um coração aberto repleto de dignidade
És um olhar atento que venceu a matéria
Que não largou a mão da vida e da sua própria força até ao fim
Até ao momento em que o corpo adormeceu.
Ana Pedro, os nossos sorrisos e as nossas lágrimas.
Minha Ana Pedro nossa Ana Pedro Ana Pedro do eterno
Meu anjo peludo de asas pretas e brancas
A estrela que mais brilha no céu
O anjo que mora no arco-íris
Que corre que voa velozmente
E tão nobremente sem tropeçar na dor, nas lágrimas
Sem encontrar obstáculos ao voo das suas asas
Sem medo, sem marcas das feridas no corpo na sua alma
Tão feliz soltando a sua força e a sua coragem.
Corre, voa minha querida
Ana Pedro, as minhas lágrimas e o meu sorriso
Ana Pedro, és uma luz materialmente ausente
Um corpo rompido por dentro mas uma alma de anjo intactaÉs o tronco de uma árvore que nenhuma força da natureza
Que nos protegem de muitos perigos
Com um amor real, verdadeiro, inocente e puro,
Um amor que nem a dor nem a morte conseguem arrancar?
Porque tu, Ana Pedro, não consegues infligir dor
Tu só soubeste amar
Tu só sabes amar
Quem inflige a dor é a tua ausência, é a tua morte
Que cria um vazio e um aperto que sangram num lugar
Tão profundo como as raízes do amor que te temos.
Ana Pedro, és uma luz que nos empurra para a superfície
Que nos arranca do inferno da dor
Que apenas nos deixa mergulhar no amor
Empurras-nos para a vida enchendo a morte de vida
Pois as nossas asas ainda não perderam a validade
Destroçadas, ainda assim aprendem a voar em direcção à vida
Mesmo depois de nos termos cruzado com a morte
E és tu quem nos ensina
E é através de ti que descobrimos que o fim é apenas o começo.
Ana Pedro minha paz, minha luz
Uma coragem sem fim, mais infinita que a própria vida
Minha lutadora, agora trepas o desconhecido
Debaixo do arco-íris vivendo no eterno amor na eterna vida
Onde não há ladrões onde ninguém comete erros
Que vão ser pagos com a morte de estrelas inocentes como tu.
És um rosto sem segredos
Para além do segredo da luz
Um coração aberto repleto de dignidade
És um olhar atento que venceu a matéria
Que não largou a mão da vida e da sua própria força até ao fim
Até ao momento em que o corpo adormeceu.
Ana Pedro, os nossos sorrisos e as nossas lágrimas.
Minha Ana Pedro nossa Ana Pedro Ana Pedro do eterno
Meu anjo peludo de asas pretas e brancas
A estrela que mais brilha no céu
O anjo que mora no arco-íris
Que corre que voa velozmente
E tão nobremente sem tropeçar na dor, nas lágrimas
Sem encontrar obstáculos ao voo das suas asas
Sem medo, sem marcas das feridas no corpo na sua alma
Tão feliz soltando a sua força e a sua coragem.
Corre, voa minha querida
Ana Pedro, as minhas lágrimas e o meu sorriso
Ana Pedro, és uma luz materialmente ausente
Um corpo rompido por dentro mas uma alma de anjo intactaÉs o tronco de uma árvore que nenhuma força da natureza
Consegue arrancar porque o amor é maior que tudo quando é amor.
Só queria minha querida que as minhas mãos soubessem curar
As feridas do teu corpo assim ainda estarias aqui
A pintar um arco-íris sobre as nossas vidas
E como precisamos tanto desse arco-íris
Como precisamos que o amor tenha corpo
Que o amor corra nas veias do nosso corpo
Ana Pedro, a saudade e o amor
O vazio das minhas mãos
O meu sorriso e as minhas lágrimas
Sabes Ana Pedro a morte é um manto de invisibilidade
Que cobre o teu corpo tão jovem e tão tenro
E debaixo desse manto estás tu Ana Pedro
Ali ainda és, numa escuridão que para ti é luz,
Tudo o que foste
E és ainda algo mais
És tudo o que não pudeste ser
Ainda ouvimos o teu coração a bater dentro do nosso
Apenas nos é proibido ver-te
Mas tu estás lá debaixo desse manto de invisibilidade.
Ana Pedro, meu doce amor, minha amada vida
Venceste a matéria e tornaste-te na força da vida
As asas da tua existência ouviremos bater eternamente
Serás sempre a jovem gatinha que enquanto
Lutava pela vida tentando vencer a morte
Subia ao cabelo das suas protectoras
Para aí encontrar um calor que vem de dentro
E retribuía divinamente o amor que lhe era dado
Tantas carícias pousadas sobre o teu pêlo…
E voltavas a barriga e querias nada mais que o amor
A mão do amor, o seu toque.
Ana Pedro, és o nosso sorriso e as nossas lágrimas
És também as minhas lágrimas que agora alcançam os meus olhos
Depois de terem trepado o interior do meu peito do meu coração
Não, Ana Pedro, tu não deverias ter sido arrancada
Do jardim das nossas vidas.
Tu és um dos maiores tesouros que alguém pode encontrar
Só para amar.
Ana Pedro, minha lutadora corajosa,
Ouço-te a pedir os nossos sorrisos.
Mas minha querida diz-me como poderia não haver lágrimas
Se existe tanto amor que jamais vai penetrar no teu corpo com destino à tua alma,
Se o vazio que encontramos dentro de nós é tão profundo e gigantesco?
Diz-me minha querida Ana Pedro como é que podemos evitar
Que um amor assim não se transforme em dor em lágrimas quando a morte rouba
O corpo desse amor deixando-nos apenas as lembranças e a saudade?
Mas tentarei, tentaremos sorrir apenas para ti
Só queria minha querida que as minhas mãos soubessem curar
As feridas do teu corpo assim ainda estarias aqui
A pintar um arco-íris sobre as nossas vidas
E como precisamos tanto desse arco-íris
Como precisamos que o amor tenha corpo
Que o amor corra nas veias do nosso corpo
Ana Pedro, a saudade e o amor
O vazio das minhas mãos
O meu sorriso e as minhas lágrimas
Sabes Ana Pedro a morte é um manto de invisibilidade
Que cobre o teu corpo tão jovem e tão tenro
E debaixo desse manto estás tu Ana Pedro
Ali ainda és, numa escuridão que para ti é luz,
Tudo o que foste
E és ainda algo mais
És tudo o que não pudeste ser
Ainda ouvimos o teu coração a bater dentro do nosso
Apenas nos é proibido ver-te
Mas tu estás lá debaixo desse manto de invisibilidade.
Ana Pedro, meu doce amor, minha amada vida
Venceste a matéria e tornaste-te na força da vida
As asas da tua existência ouviremos bater eternamente
Serás sempre a jovem gatinha que enquanto
Lutava pela vida tentando vencer a morte
Subia ao cabelo das suas protectoras
Para aí encontrar um calor que vem de dentro
E retribuía divinamente o amor que lhe era dado
Tantas carícias pousadas sobre o teu pêlo…
E voltavas a barriga e querias nada mais que o amor
A mão do amor, o seu toque.
Ana Pedro, és o nosso sorriso e as nossas lágrimas
És também as minhas lágrimas que agora alcançam os meus olhos
Depois de terem trepado o interior do meu peito do meu coração
Não, Ana Pedro, tu não deverias ter sido arrancada
Do jardim das nossas vidas.
Tu és um dos maiores tesouros que alguém pode encontrar
Só para amar.
Ana Pedro, minha lutadora corajosa,
Ouço-te a pedir os nossos sorrisos.
Mas minha querida diz-me como poderia não haver lágrimas
Se existe tanto amor que jamais vai penetrar no teu corpo com destino à tua alma,
Se o vazio que encontramos dentro de nós é tão profundo e gigantesco?
Diz-me minha querida Ana Pedro como é que podemos evitar
Que um amor assim não se transforme em dor em lágrimas quando a morte rouba
O corpo desse amor deixando-nos apenas as lembranças e a saudade?
Mas tentarei, tentaremos sorrir apenas para ti
Com uma alma feita das águas do oceano
E o nosso sorriso será aquela luz sentada sobre o horizonte,
O nascer, o pôr-do-sol.
Até encontrarmos um dia o caminho até à tua casa no arco-íris
Haverão lágrimas e sorrisos
Mas assim que o encontrarmos as lágrimas tristes morrerão e
Nascerão as lágrimas alegres o oceano feito de dor secará
E só haverá luz muita luz muita paz muita verdade muito amor muito amor
E a tua morte será o pó de uma estrela cadente
Sopraremos sobre esse pó
E o manto de invisibilidade cairá
E poderemos ver-te novamente
E tu serás a estrela mais brilhante do céu
Que não tem medo da escuridão
E que conhece o coração da luz e do arco-íris
Serás um templo de luz.
Serás agora a estrela que brilha sem se tornar em pó.
Ana Pedro, a estrela que mais brilha no céu
Minhas lágrimas e meus sorrisos
Até um dia minha querida!
E o nosso sorriso será aquela luz sentada sobre o horizonte,
O nascer, o pôr-do-sol.
Até encontrarmos um dia o caminho até à tua casa no arco-íris
Haverão lágrimas e sorrisos
Mas assim que o encontrarmos as lágrimas tristes morrerão e
Nascerão as lágrimas alegres o oceano feito de dor secará
E só haverá luz muita luz muita paz muita verdade muito amor muito amor
E a tua morte será o pó de uma estrela cadente
Sopraremos sobre esse pó
E o manto de invisibilidade cairá
E poderemos ver-te novamente
E tu serás a estrela mais brilhante do céu
Que não tem medo da escuridão
E que conhece o coração da luz e do arco-íris
Serás um templo de luz.
Serás agora a estrela que brilha sem se tornar em pó.
Ana Pedro, a estrela que mais brilha no céu
Minhas lágrimas e meus sorrisos
Até um dia minha querida!
Sara Baptista Rodrigues
(Porto, 18 de Setembro de 2007)
(Porto, 18 de Setembro de 2007)
A Associação Gato de Rua agradece à Sara o belo poema dedicado à nossa menina "Ana Pedro" que do lugar onde está nos vê feliz e contente. Querida "Ana Pedro" nós amamos-te muito e temos saudades tuas, mas um dia, encontrar-nos-emos todos. Até breve!!!
Mais uma vez obrigada, Sara, pelo carinho!
Associação Gato de Rua
Dolores Margaride